Por: Ministério de Minas e Energia (MME)
No fim da tarde e início da noite, a demanda por energia elétrica cresce no país, especialmente no verão, quando as temperaturas sobem em boa parte das regiões. Esse cenário poderia sobrecarregar o Sistema Interligado Nacional (SIN), se não existissem iniciativas como o Programa de Resposta de Demanda.
Programa de Resposta de Demanda
O programa oferece a possibilidade a grandes consumidores – que estão no mercado livre de energia – de reduzirem a própria demanda de energia em determinados períodos do dia ou até mesmo deslocá-la para horários de menor pico. Com isso, promove melhor gerenciamento do uso da eletricidade, eficiência no uso da energia elétrica, em termos econômicos, além de maior confiabilidade para o SIN, com a disponibilização de mais um recurso para a operação a ser utilizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Para isso, as próprias empresas – habilitadas para o programa – devem enviar as propostas de redução de demanda ao ONS. Depois, o operador analisa as ofertas, do ponto de vista eletroenergético a da localização no SIN. Se estiver tudo de acordo, a redução de demanda é confirmada e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) fica responsável por contabilizar mensalmente o mecanismo.
Todo esse processo é importante e contribui para redução do despacho de usinas de custo elevado durante o horário de ponta ou quando os reservatórios de usinas hidrelétricas estiverem com níveis baixos. A medida também é necessária para o Sistema Interligado Nacional, especialmente em um momento de poucas chuvas na região Norte, que abriga grandes usinas hidrelétricas no Brasil e que auxiliam no atendimento à ponta do SIN.
O programa é estratégico, ainda, dentro do cenário de mudança da matriz de energia elétrica, principalmente com o aumento da intermitência do sistema, devido à entrada de novas usinas eólicas e solares, que são fontes chamadas de “fontes não-controláveis e intermitentes”.
Ganhos para todos os consumidores
A iniciativa traz benefícios ao consumidor do mercado livre de energia, que “vende” a redução da energia, e para todos os outros (do mercado regulado), ao oferecer mais economia para a operação de toda a rede nacional.
Para se ter uma ideia, em 2023, no mês de dezembro, o programa de Resposta da Demanda repassou R$ 1,26 milhão, com transações envolvendo 49 megawatts (MW) médios. Foram 12 dias de redução da demanda e o preço médio ficou em R$ 371 por MW/hora, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Já em novembro, foram negociados 35 MW médios, com um total de R$ 156,2 mil repassados aos consumidores participantes. O preço médio do MW/hora foi de R$ 305. As diminuições ocorreram em dois dias desse mês.
Assim, o setor elétrico inova e se adapta às novas demandas do mercado de energia elétrica, com benefícios para o SIN e para todos os consumidores de eletricidade.