Concorrer em licitações públicas pode parecer um desafio inatingível para pequenas e médias empresas (PMEs), mas o setor governamental oferece um mercado bilionário que pode ser acessado por negócios de todos os portes.

Em 2024, o governo federal homologou R$ 237 bilhões em compras, incluindo R$ 61 bilhões para micro e pequenas empresas.

De acordo com Victor Puerta, especialista em licitações e CEO da Heimdall Group, empresa que já intermediou mais de R$ 2,2 bilhões em vendas licitatórias para o governo, muitas PMEs deixam de explorar esse mercado por falta de conhecimento ou receio da burocracia.

“O governo é o maior comprador do país e há inúmeras oportunidades para empresas de pequeno e médio porte. O problema é que muitos empreendedores desconhecem os mecanismos das licitações ou acreditam que o processo é complexo demais”, explica.

Uma das vantagens das licitações públicas é que elas garantem previsibilidade financeira e contratos de longo prazo. “Diferentemente do mercado privado, no qual os contratos podem ser voláteis, no setor público há segurança jurídica. Além disso, o pagamento é garantido por lei, o que reduz riscos de inadimplência”, completa Puerta.

O especialista explica que para que as PMEs concorram é essencial que elas estejam no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores (SICAF) e em plataformas eletrônicas, como o Comprasnet, que concentra as licitações do governo federal. Elas precisam entender a Lei de Licitações (Lei 14.133/2021), que estabelece as normas para contratação e licitação na Administração Pública, e também os regulamentos específicos de cada órgão contratante para evitar desclassificações.

“É importante monitorar os editais diariamente para identificar as oportunidades adequadas ao perfil da empresa, ter toda a documentação necessária, incluindo certidões negativas e comprovações de qualificação técnica e financeira, para agilizar a participação e oferecer uma proposta financeira competitiva, levando em conta custos operacionais e margem de lucro adequada. Além disso, acompanhar os lances para, se necessário, apresentar impugnações ou recursos que garantam a transparência do processo”, alerta Puerta.

Para finalizar, Puerta aconselha que os empresários que buscam esse mercado adotem uma estratégia gradual. As PMEs podem optar por contratar uma empresa especializada em licitações, que além de reduzir os custos em 75%, buscará oportunidades alinhadas ao perfil, com o objetivo de atender os interesses da empresa e firmar acordos duradouros.

“Não é necessário começar com grandes contratos. Apostar em licitações regionais pode ser o caminho para ingressar nesse mercado. O segmento não é exclusivo de grandes empresas, qualquer negócio pode se tornar fornecedor do setor público e conquistar contratos lucrativos”, pontua.

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