Os motores da safra de soja 2024/2025 estão aquecendo: agricultores já buscam seus insumos para o novo ciclo e se preparam para iniciar o plantio, que deve ser puxado por Mato Grosso em setembro. Porém, os desafios começaram antes mesmo da temporada. O panorama de La Niña foi confirmado por meteorologistas, e as expectativas apontam para um período com menos chuvas no Centro-Sul do país, concentrando as precipitações nas regiões Norte e Nordeste.

Por conta dos padrões de chuva atípicos, os agricultores devem planejar o plantio e o manejo de forma a mitigar os efeitos do fenômeno climático. Algumas estratégias, como a escolha de cultivares certificadas, de alta qualidade, mais precoces ou tardias (dependendo da região), escalonamento de plantio, uso de tratamento de sementes, aplicações preventivas e com intervalos corretos de fungicidas, bem como o auxílio de ferramentas digitais, podem reduzir os riscos de perda de produtividade.

De acordo com Graciela Mognol, diretora de Marketing para Sistemas de Cultivo Soja da Divisão de Soluções para Agricultura da BASF, esse é o momento para o agricultor analisar o cenário em sua região e tomar decisões de compra baseadas em dados, procurando profissionais capacitados para auxiliá-lo.

“Podemos ter secas na região Sul do Brasil, principalmente no período inicial, quando o cultivo ainda está se adaptando no solo. Já no Cerrado, especialmente em Mato Grosso, vemos chuvas em excesso, principalmente no momento da colheita. Entender essa complexidade climática é fundamental para que se possa extrair o máximo da lavoura e minimizar impactos”, afirma.

Escolhendo cultivares e momento de plantio

Na hora de decidir as cultivares de soja e o momento do plantio, a dica da BASF é não apostar todas as fichas em uma só estratégia. Optar por cultivares com diferentes níveis de maturação e combinar com escalonamento de plantio (semear a lavoura em momentos diferentes) pode ser uma alternativa interessante.

Para o Sul, a dica é escolher cultivares médias e tardias, que possuem um ciclo mais longo, considerando a previsão de período de seca na fase vegetativa da lavoura. Dessa forma, o agricultor abre uma janela maior de recuperação para que a planta se desenvolva. Optando por cultivares muito precoces, o risco é comprometer todo o potencial produtivo por conta da escassez hídrica.

Já no Cerrado, o apodrecimento de vagens e grãos pode ser uma grande dor de cabeça em decorrência da previsão de chuvas na época de colheita. Por isso, escolher cultivares com tolerância a doenças de fim de ciclo, que suportem o clima mais úmido nessa fase, além de escalonar a semeadura para conseguir colher as áreas em momentos diferentes, é decisivo no resultado da safra.

Outra solução é a gestão nutricional do talhão, que oferece uma coleta de solo otimizada e uma recomendação digital de nutrientes e corretivos de solo em taxa variável. Essas e outras alternativas contribuem para aumentar a produtividade e a rentabilidade no campo por meio de tecnologias somadas ao conhecimento agronômico.

Prevenir doenças é melhor que tentar controlar

Já para o manejo de doenças, os fungicidas preventivos e seletivos serão uma das chaves para alcançar a máxima produtividade na safra 2024/2025, indica a BASF. O mais recomendado é impedir que doenças como ferrugem, mancha-alvo, cercospora e mofo-branco se instalem na lavoura, em vez de realizar manejos curativos, que não conseguem controlar 100% da disseminação dos patógenos.

Por conta do cenário de chuvas mais irregulares no Sul, por exemplo, alguns agricultores podem escolher aumentar o intervalo entre as aplicações, visando reduzir a fitotoxicidade (danos nas folhas). No entanto, essa decisão pode piorar o cenário futuro: quando a área estiver mais úmida, as doenças podem evoluir de forma rápida.

Para reduzir esses danos, duas práticas são fundamentais: escolher soluções altamente seletivas e programar aplicações noturnas, que têm o intuito de reduzir os efeitos dos raios solares fortes e das altas temperaturas, que podem causar danos às folhas e reduzir a produção.

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