Por Maxwell Soares da Silva*

Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), o Brasil é um dos 10 maiores produtores da fruta no mundo. O estado de Santa Catarina se destaca como o maior produtor, com mais de 15 mil hectares em 2022, de acordo com dados da Epagri. A cidade de São Joaquim é conhecida como a capital nacional da maçã, tendo recebido, em 2021, a indicação geográfica na modalidade Denominação de Origem para a variedade de maçã Fuji. O estado do Rio Grande do Sul também se destaca na produção, com a cidade de Vacaria ocupando um lugar de relevância no cenário nacional.

Informações fornecidas por Celso Zancan, da ABPM, indicam que houve uma queda na produção devido aos extremos climáticos na região Sul do país, como a seca, que afeta diretamente as fases fenológicas, como a diferenciação das gemas e o enchimento dos frutos. A macieira é uma planta de porte alto, com copa abundante, o que influencia a evapotranspiração (evaporação da água do solo e transpiração pela planta), resultando em uma alta demanda hídrica, que pode ser suprida pelo sistema de irrigação por gotejamento. Esse sistema fornece água, nutrientes e produtos biológicos diretamente no sistema radicular da macieira, com uma eficiência superior a 90%, sem criar um microclima propício a doenças fúngicas e bacterianas na copa da planta.

Os meses de novembro a março, que são os mais quentes e de alta demanda hídrica pela planta, coincidem com o período de colheita. Nesse período, se não houver chuva suficiente para repor a água que a planta perdeu por evapotranspiração, haverá uma queda considerável na produção em toneladas, bem como na qualidade dos parâmetros, como acidez e ºBrix.

Os benefícios da irrigação por gotejamento, aliados ao monitoramento da umidade do solo por tensiometria, foram evidenciados em um trabalho de pesquisa da Embrapa Uva e Vinho, realizado na região de Vacaria-RS. O estudo avaliou os efeitos da irrigação em duas variedades de maçã: Maxigala e Fuji Suprema, analisando parâmetros como coloração, calibre dos frutos e produção por hectare. Os resultados mostraram um incremento expressivo de 15% na produção por hectare no pomar irrigado, em comparação ao pomar não irrigado. A utilização do tensiômetro (equipamento que mede a tensão com que a água está retida no solo, ou seja, o nível de umidade no solo) trouxe um refino ainda maior no manejo da irrigação, pois aliou as informações de evapotranspiração e umidade do solo, fornecendo apenas o que a planta precisava para aquela fase em questão, resultando em melhor aproveitamento dos recursos.

Outra avaliação foi o desenvolvimento de um pomar desde o início com irrigação, onde as plantas com 2 anos de idade se destacaram em relação às plantas de sequeiro, apresentando maior altura e número de ramos. Isso favorece a formação de plantas muito mais bem estruturadas e preparadas para as safras futuras.

Esses benefícios que um sistema de irrigação por gotejamento proporciona ao cultivo de maçã tornam o produtor menos dependente dos extremos climáticos, permitindo fornecer água e nutrientes no momento em que a planta mais precisa, durante os 12 meses do ano!

*Maxwell Soares da Silva é especialista Agronômico da Netafim, desenvolvedora de soluções para irrigação 

 

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