Por Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 

No Brasil, já existem áreas de deserto, ou áridas, causadas por degradação do ambiente. A consequência deste estado de desgaste foi identificada por uma pesquisa recente da Universidade Federal de Alagoas (UFAL): as regiões desérticas estão intensificando a falta de chuvas no Semiárido do Nordeste brasileiro – e, dessa forma, reforçam ainda mais o ciclo de perda do bioma.

Segundo Humberto Barbosa, autor do estudo, o efeito desértico está acelerado. “As chuvas já estão sendo reduzidas pela degradação nas terras secas do Brasil. Isso é grave, pois é um sistema que se retroalimenta: no Semiárido, as secas aumentam a degradação das terras, que por sua vez, reduzem as chuvas”, descreve.

Usando recursos da ciência de monitoramento e dados de satélites, Barbosa identificou uma categoria especial, as chamadas secas repentinas (flash droughts), até então inéditas na pesquisa brasileira. O resultado está no artigo Flash Drought and Its Characteristics in Northeastern South America during 2004–2022 Using Satellite-Based Products .

Observando as secas por satélite

No período 2004 a 2022, a pesquisa analisou, na superfície, a resposta da vegetação às secas, levando em conta a umidade do solo e a temperatura. Em seguida, essas áreas foram comparadas com o balanço de energia da atmosfera, olhando o indicador de radiação de onda curta (a radiação solar que incide sobre a superfície terrestre) e o indicador da radiação de onda longa (emitida da superfície para o espaço).

Por sua vez, na superfície terrestre, as análises usaram índices de vegetação, precipitação (chuvas), umidade do solo e temperatura, baseados em dados de satélites. Já no topo da atmosfera, foi investigado o sinal de satélite que estima a energia em regiões específicas, como o balanço da radiação de ondas curtas. Para efetivar o procedimento, o trabalho da UFAL integrou o Programa Emergências Climáticas da CAPES.

Já existem resultados avançados sobre o tema aprovados para publicação. “Estamos fazendo uma nova classificação climática do Semiárido brasileiro, a partir do estudo das secas e da degradação da superfície”, completa Barboza.

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