A empresa de celuluse Eldorado Brasil Celulose inaugurou o ELDTECH Centro de Tecnologia Florestal, em Andradina (SP). O novo espaço foi projetado para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento em manejos de pragas e doenças, e de solos e nutrição, além da meteorologia e ecofisiologia florestal, melhoramento genético florestal, biotecnologia e tecnologia da madeira.

O centro conta com sete laboratórios e equipe multidisciplinar e, segundo a companhia, impactará diretamente no aumento da produtividade, sustentabilidade e qualidade dos produtos florestais. “Idealizamos o ELDTECH para ser uma peça central na estratégia de inovação e pesquisas biotecnológicas para o desenvolvimento de mudas mais resistentes, produtivas e adaptadas às características do solo e do clima. Com isso, reforçamos o posicionamento inovador da empresa no mercado de celulose. A Eldorado busca sempre ser referência na entrega de soluções para o setor florestal e contribuir, assim, para o futuro das florestas plantadas no Brasil”, destacou Germano Vieira, diretor florestal da Eldorado Brasil Celulose.

Com esta novidade, a empresa terá um aumento de 60% na capacidade de multiplicação de inimigos naturais para controle de pragas, como lagartas, percevejos bronzeados e psilídeos-de-concha. Atualmente, a produção anual é equivalente a cerca de 40 mil hectares de soltura de inimigos naturais e passará para um potencial de 65 mil hectares por ano.

Esse método de controle de pragas é utilizado pela companhia desde 2018 em suas florestas de eucalipto. Dos 285 mil hectares de florestas plantadas de sua propriedade, mais de 386 mil receberam a soltura de aproximadamente 4 bilhões de insetos, liberados por meio de drones. Isso resulta na diminuição do uso de defensivos agrícolas, promovendo o equilíbrio ambiental e protegendo outros insetos nativos. Além disso, há uma redução de custos de até 63% em comparação com o uso de inseticidas, bem como uma diminuição de até 11,4% nas perdas produtivas de madeira.

Melhoramento genético

Iniciado em 2012, o programa de melhoramento genético da Eldorado já selecionou e registrou 7 clones próprios. Com o ELDTECH, essa capacidade será expandida com a geração de clones de alto desempenho, adaptados às condições climáticas das áreas de plantio da empresa. Um dos diferenciais é o Banco de Germoplasma, que permite o beneficiamento e armazenamento de sementes e pólen, garantindo a preservação da diversidade genética.

Atualmente, o banco armazena cerca de 23 kg de sementes, representando mais de 13 milhões de novos materiais genéticos. Com a expansão, o armazenamento aumentará em 74%, chegando a 40 kg, e o beneficiamento anual subirá em 52%. Esses avanços fortalecerão a base genética da empresa, proporcionando maior eficiência e segurança no uso dos recursos genéticos e geração e seleção de novos clones.

“As pesquisas realizadas no ELDTECH Centro de Tecnologia Florestal serão essenciais para avançarmos no controle biológico de pragas e no melhoramento genético de nossas florestas. O aumento da capacidade de multiplicação de inimigos naturais fortalecerá ainda mais nossa estratégia de manejo sustentável, reduzindo a necessidade de defensivos agrícolas e promovendo o equilíbrio ambiental. Além disso, o Banco de Germoplasma permitirá um avanço significativo na preservação da diversidade genética, garantindo clones mais produtivos e adaptados às condições climáticas específicas das nossas áreas de plantio”, relatou Sharlles Dias, gerente de Pesquisa e Tecnologia da Eldorado Brasil Celulose.

Inovação e sustentabilidade

Na biotecnologia florestal, o centro utilizará processos biológicos avançados para promover a diversidade genética e acelerar o desenvolvimento de novos clones. A estrutura inclui laboratórios de cultura de tecidos e biologia molecular, responsáveis pela micropropagação de até 40 clones por ano, pela clonagem de mais de 1.000 progênies anuais, genotipagem de mais de 10 mil amostras e expansão de todos os projetos na área de engenharia genética.

O ELDTECH também será fundamental para o programa de melhoramento genético, permitindo estudos detalhados das características anatômicas, físicas, mecânicas e químicas da madeira. Nessa área, os destaques são os laboratórios de análises não destrutivas (verificação de densidade, resistência, rendimento depurado, lignina, extrativos e holocelulose) e destrutivas (verificação de densidade básica e tolerância ao vento).

Anualmente, são realizadas cerca de 2 mil análises NIR (near-infrared spectroscopy), tecnologia que utiliza a absorção de ondas eletromagnéticas, e esse número chegará a mais de 5 mil análises por ano, crescimento de 250%. Essas análises irão auxiliar na seleção de clones com características anatômicas, química e físicas, adequados para a produção de celulose.

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