Por Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Os resultados da produção animal no 2º trimestre de 2024 apontam que o abate de bovinos subiu 17,5% ante o mesmo período de 2023 e 6,7% em comparação ao trimestre anterior, atingindo recorde na série histórica. O abate de suínos subiu 2,5% e o de frangos cresceu 3,2% em relação ao mesmo período de 2023. Frente ao 1º trimestre de 2024, o abate de suínos cresceu 3,9% e o de frangos teve alta de 1,0%.
A aquisição de leite cru, no 2° trimestre de 2024 foi de 5,83 bilhões de litros, aumento de 0,8% ante o 2º trimestre de 2023 e decréscimo de 6,2% frente ao trimestre anterior. Já a aquisição de peças de couro pelos curtumes teve alta de 16,9% frente ao 2º trimestre de 2023 e aumento de 8,1% ante o 1° trimestre de 2024, somando 10,08 milhões de peças de couro.
No 2° trimestre de 2024, foram produzidos 1,16 bilhão de dúzias de ovos de galinha, aumento de 9,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior e alta de 5,6% em relação ao 1º trimestre de 2024.
Abate de bovinos
No 2º trimestre de 2024, foram abatidas 9,96 milhões de cabeças bovinas sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Um recorde, considerando toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve alta de 17,5% e em relação ao 1º trimestre de 2024, o crescimento foi de 6,7%.
Maio foi o mês de maior atividade do trimestre, com um abate total de 3,38 milhões de cabeças, variação positiva de 11,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O abate de fêmeas teve alta de 20,8% em relação ao 2º período de 2023, influenciado pela queda do preço dos bezerros no comparativo anual. Na mesma comparação, o abate de machos subiu 14,8%. As exportações do trimestre atingiram o marco inédito de 612,44 mil toneladas, representando um aumento de 30,0% na comparação anual, com recordes para abril e maio.
O abate de 1,48 milhão de cabeças de bovinos a mais no 2º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos em 26 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação nacional a partir de 1,0%, os incrementos mais significativos ocorreram em: Mato Grosso (+350,35 mil cabeças), Minas Gerais (+189,77 mil cabeças), Mato Grosso do Sul (+182,97 mil cabeças), Pará (+152,67 mil cabeças), Goiás (+131,75 mil cabeças), Rondônia (+102,56 mil cabeças), São Paulo (+98,47 mil cabeças) e Bahia (+50,32 mil cabeças).
Em contrapartida, a cheia do Rio Guaíba, iniciada no fim do mês de abril, ocasionou prejuízos para as atividades agropecuárias e infraestrutura do Rio Grande do Sul. Com isso, houve redução de 40,45 mil cabeças abatidas no Estado. No comparativo anual, abril apresentou alta de 6,1%, porém maio e junho apresentaram retrações de, respectivamente, 19,8% e 16,8% no volume de cabeças abatidas nesse Estado.
Com 18,4% da participação nacional, Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, seguido por Goiás (10,5%) e Minas Gerais (10,1%).
Abate de suínos
No 2º trimestre de 2024, foram abatidas 14,57 milhões de cabeças de suínos, representando alta de 2,5% em relação ao mesmo período de 2023 e aumento de 3,9% em relação ao 1° trimestre de 2024. O resultado foi impulsionado por aumentos em 17 das 24 Unidades da Federação. Entre os estados com participação de ao menos 1,0%, ocorreram aumentos em: Paraná (+178,12 mil cabeças), Santa Catarina (+58,95 mil cabeças), Minas Gerais (+58,84 mil cabeças), São Paulo (+30,89 mil cabeças), Rio Grande do Sul (+23,10 mil cabeças), Goiás (+20,38 mil cabeças) e Mato Grosso (+8,59 mil cabeças). Em contrapartida, a queda mais expressiva ocorreu em Mato Grosso do Sul (-14,67 mil cabeças).
Devido as cheias no Estado, Rio Grande do Sul teve o menor patamar de atividade dos últimos 4 anos para o mês de maio. Santa Catarina continua liderando o abate de suínos, com 29,1% da participação nacional, seguido por Paraná (21,9%) e Rio Grande do Sul (16,8%).
Abate de frangos
No 2º trimestre de 2024, foram abatidas 1,61 bilhão de cabeças de frangos, representando aumento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023 e alta de 1,0% na comparação com o 1° trimestre de 2024. Este resultado é o segundo maior na série histórica iniciada em 1997, superado apenas pela marca alcançada no 1° trimestre de 2023 (1,61 bilhão de cabeças).
O abate de 50,35 milhões de cabeças de frangos a mais no 2º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi determinado pelo aumento no abate em 20 das 25 UF’s que participaram da pesquisa. Entre aquelas com participação acima de 1,0%, ocorreram aumentos em: Paraná (+33,24 milhões de cabeças), Santa Catarina (+14,42 milhões de cabeças), São Paulo (+8,95 milhões de cabeças), Mato Grosso (+4,75 milhões de cabeças), Mato Grosso do Sul (+3,18 milhões de cabeças), Pernambuco (+2,03 milhões de cabeças), Goiás (+1,98 milhões de cabeças), Minas Gerais (+1,67 milhões de cabeças) e Bahia (+188,37 mil cabeças). Em contrapartida, ocorreu queda em Rio Grande do Sul (-24,81 milhões de cabeças).
No ranking das UFs, Paraná ainda lidera o abate de frangos, com 35,1% da participação nacional, seguido por Santa Catarina (13,4%) e Rio Grande do Sul (11,0%).
Aquisição de leite
No 2º trimestre de 2024, a aquisição de leite cru foi de 5,83 bilhões de litros, equivalente a um aumento de 0,8% em relação ao 2° trimestre de 2023, e decréscimo de 6,2% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. O acréscimo é proveniente de aumentos registrados em 16 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite.
Em nível de Unidades da Federação, as variações positivas mais significativas ocorreram em: Minas Gerais (+94,72 milhões de litros), Paraná (+17,92 milhões de litros), Sergipe (+7,19 milhões de litros) e Bahia (+7,08 milhões de litros). A cheia do rio Guaíba afetou a cadeia leiteira no Rio Grande do Sul, que apresentou a maior retração do período entre os Estados (-72,56 milhões de litros). Em seguida, apresentaram variações negativas: Goiás (-9,51 milhões de litros), São Paulo (-6,89 milhões de litros) e Santa Catarina (-6,09 milhões de litros).
Minas Gerais continuou liderando o ranking de aquisição de leite, com 24,5% da captação nacional, seguida por Paraná (15,1%), Santa Catarina (12,8%) e Rio Grande do Sul (11,1%).
O preço médio do leite pago ao produtor teve um comportamento de alta ao longo do trimestre, com o avanço da seca em diversas regiões produtoras, variando de R$ 2,45 em abril a R$ 2,71 em junho. Considerando a média dos três meses (R$ 2,60), o preço apresentou retração de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e alta de 15,6% em relação ao 1º trimestre de 2024.
Aquisição de couro
No 2º trimestre de 2024, os curtumes investigados pela Pesquisa Trimestral do Couro declararam ter recebido 10,08 milhões de peças de couro. Esse total representa aumentos de 16,9% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e alta de 8,1% em comparação com o 1º trimestre de 2024.
O comparativo entre os 2°s trimestres de 2023 e 2024 indica uma variação positiva de 1,46 milhão de peças no total adquirido pelos estabelecimentos. Foram verificados aumentos em 10 das 17 Unidades da Federação que possuíam curtumes elegíveis pelo universo da pesquisa. As variações positivas mais expressivas, em estados com mais de 5,0% de participação na aquisição nacional ocorreram em Goiás (+675,86 mil peças), Mato Grosso (+198,44 mil peças), Mato Grosso do Sul (+185,53 mil peças), Paraná (+167,04 mil peças), Rondônia (+82,89 mil peças) e São Paulo (+81,76 mil peças). As cheias ocorridas no Rio Grande Sul refletiram na queda de 71,29 mil peças adquiridas (-5,6%) nesse Estado.
Goiás passou a liderar a relação de UF’s que recebem peças de couro cru para processamento, com 18,0% da participação nacional. Seguido por Mato Grosso (16,6%) e Mato Grosso do Sul (12,5%).
Produção de ovos de galinha
A produção de ovos de galinha no 2º trimestre de 2024 alcançou 1,16 bilhão de dúzias, correspondendo a um aumento de 9,8% em relação à quantidade levantada no mesmo trimestre em 2023 e aumento de 5,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A pesquisa alcançou um novo recorde na série histórica, ultrapassando o marco do primeiro trimestre desse ano.
A produção de 103,38 milhões de dúzias de ovos a mais, em nível nacional, se comparados os 2°s trimestres de 2024 e 2023, foi consequência de aumentos em 20 das 26 UFs com granjas enquadradas no universo da pesquisa. Os acréscimos mais significativos ocorreram em São Paulo (+26,65 milhões de dúzias), Minas Gerais (+19,33 milhões de dúzias), Pernambuco (+18,40 milhões de dúzias) e Espírito Santo (+10,49 milhões de dúzias).
Verificou-se que mais da metade das granjas, 1 094 (54,5%), produziram ovos para o consumo, respondendo por 82,4% do total de ovos produzidos, enquanto 913 granjas (45,5%) produziram ovos para incubação, respondendo por 17,6% do total de ovos produzidos.
O Estado de São Paulo, com 26,3% da produção nacional, seguiu como maior produtor de ovos dentre as Unidades da Federação no segundo trimestre de 2024, seguido por Paraná (9,8%), Minas Gerais (9,7%) e Espírito Santo (8,2%).