Uma parceria entre produtores rurais e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) possibilitou a recuperação de cem mil hectares de áreas de pastagens. A ação se deu por meio do Projeto FIP Paisagens Rurais, promovida pelo Senar, Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Ministérios da Agricultura (Mapa), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa e Agência de Cooperação Técnica Alemã (GIZ).

Em execução há cincos anos, a iniciativa incentiva a recuperação ambiental e produtiva em sete estados do bioma Cerrado. A tecnologia mais empregada foi a recuperação de pastagens degradadas nas cadeias produtivas da pecuária de leite e de corte

Segundo Bárbara Silva, coordenadora do projeto, a recuperação de pastagens degradadas faz parte do Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+), do Governo Federal, e auxilia no cumprimento das metas do Brasil na redução das emissões dos gases do efeito estufa.

“Para os produtores rurais, essa recuperação reflete em ganhos diretos de sustentabilidade, com aumento da produtividade, geração de renda e conservação da vegetação nativa,” disse.

Somente no estado do Mato Grosso do Sul foram 16.800 hectares com adoção das práticas de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. O Paisagens Rurais atendeu 303 propriedades em 12 municípios do estado.

Nivaldo Jr., coordenador da Assistência Técnica e Gerencial do Senar-MS, destaca que o projeto FIP Paisagens Rurais trouxe melhoria produtiva e econômica para o produtor rural, com mais rentabilidade e a oportunidade de regularizar a propriedade de acordo com as exigências do Código Florestal.

“O estado já tem uma ação, que é um dos objetivos do governo, de se tornar carbono neutro e isso converge com as ações do programa FIP Paisagens, que também prepara o produtor para possíveis novos mercados, levando em conta que as questões ambientais vão ser cada dia mais importantes e necessárias para atingirmos alguns mercados.”

Bárbara acrescenta que alguns resultados da assistência técnica se destacaram nas propriedades atendidas. Entre eles, manejo dos animais e das pastagens a partir da divisão de piquetes, correção e adubação do solo, uso de adubação de cobertura para manutenção da fertilidade, levantamento de terraços e construção de barraginhas (para controle de erosão e captação de água da chuva).

“Por meio dessas intervenções, uma série de benefícios são gerados no sistema produtivo, como redução do nível de degradação da pastagem, mitigação dos fatores de degradação e consequente melhoria da qualidade do solo, dos pastos, da carne e do leite produzidos”, ressalta a coordenadora.

Ela observa que o pasto é o principal e mais barato insumo para o desenvolvimento da atividade da bovinocultura, e um produtor que possui pastagens na quantidade e qualidade necessárias, tem maior capacidade de produzir mais, em menor tempo e com menor custo.

O projeto FIP Paisagens Rurais atendeu até o momento 6.459 mil produtores de 66 municípios nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins. Desses, 1.130 ainda estão em atendimento.

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