Neste mês, o 5G celebra dois anos de operação no Brasil. Atualmente, a tecnologia está disponível em 589 cidades e já possui 27,9 milhões de usuários, conforme dados de maio do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel, Celular e Pessoal (Conexis).

No primeiro ano, o 5G já havia sido adotado por 11,4 milhões de pessoas em 172 cidades. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), ao realizar o leilão do 5G em 2021, planejou uma implementação que começaria nas capitais e grandes centros urbanos, estendendo-se gradualmente para cidades menores, com a meta de cobertura total até 2030.

Quando se trata da construção civil, a ultravelocidade começa a transformar o setor e deverá proporcionar ainda mais avanço na Engenharia 4.0. “Já está ocorrendo uma transformação e, nos próximos anos, será impossível falar dos avanços da Engenharia 4.0 sem falar do 5G. Tudo está interligado e será possível potencializar muitas das soluções existentes hoje e também criar novas ferramentas”, afirma André Medina, gerente de Inovação da Andrade Gutierrez que, desde 2018, está à frente do Vetor AG, programa de inovação aberta da construtora.

O 5G na construção civil tem o potencial de otimizar o tempo de execução de projetos e ainda contribuir com a preservação do meio ambiente, uma vez que reduz desperdícios de materiais utilizados na obra e ajuda a economizar água e energia. “Essa conectividade e a rastreabilidade sobre equipamentos, materiais e pessoas trarão dados e estatísticas em tempo real que serão úteis na redução de custo das obras, aumento de produtividade e tomada de decisões, além de impactar a segurança do trabalho de forma positiva, por meio da conectividade aplicada em equipamentos de proteção”, prevê o executivo.

Soluções como o BIM devem ser aceleradas

Medina explica que o 5G pode acelerar diversas soluções já existentes, como a Internet das Coisas (IOT), automação, virtualização e até mesmo o BIM (Building Information Modeling). “O 5G abre caminho para que essas e outras tecnologias sejam melhor aproveitadas. É o caso de drones, sensores e qualquer outro aparelho que necessite de conexão com a internet. Todos serão beneficiados com a ultravelocidade, que proporcionará um tempo de resposta muito menor em comparação com o 4G”, pontua.

O BIM é uma representação digital de uma construção em todo o seu ciclo de vida, ou seja, desde a fase de projeto e planejamento até a construção e operação. Com o 5G, o gerenciamento ainda mais apurado das informações geradas por meio deste recurso permite um acompanhamento e planejamento ainda melhores de cada obra.

“Com o BIM conseguimos fazer projetos muito mais detalhados, unindo informações à modelagem 3D. Assim, é possível reduzir danos e tornar a etapa do planejamento mais eficiente. Com o 5G, isso pode ser potencializado”, aposta Gustavo Brito, gerente de Implementação de Processos Digitais e uso BIM da Andrade Gutierrez.

Segundo uma pesquisa realizada pela Thórus Engenharia, Brain Inteligência Estratégica e Sienge, foi avaliado o impacto do 5G e da disseminação do BIM nas construtoras e escritórios de engenharia de projetos. A pesquisa entrevistou empresas das cinco regiões do país, revelando que 87% delas esperam uma melhor compatibilização dos projetos. Além disso, 73% acreditam que os projetos serão mais detalhados, 56% preveem menos desperdício nas obras, 53% apontam para uma melhora no planejamento e 46% creem que será possível estimar melhor o custo das obras.

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