Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil reduziu a taxa básica de juros (Selic). O anúncio do corte de 0,5% foi feito na semana passada e acompanhou a expectativa do mercado. Agora, a taxa chega ao nível de 10,75% ao ano (há sete meses, o índice era de 13,75%, após 12 aumentos seguidos). Para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a medida é reflexo do cenário positivo econômico nacional, mas ainda não é o suficiente para garantir melhores condições de crédito para os pequenos negócios.

Décio Lima, presidente do Sebrae, destaca que, apesar do bom momento da economia, é preciso olhar com mais cuidado para as micro e pequenas empresas. “Com muita alegria, e na condição de presidente nacional do Sebrae, nós estamos festejando este grande acontecimento, mas evidentemente que ainda precisamos continuar acreditando que o Banco Central entenda as dificuldades da economia brasileira no acesso a crédito. Vamos continuar essa luta, acreditando na economia brasileira, que já manifesta claramente a força e a pujança do seu crescimento. Portanto, a taxa Selic está reduzida a 10,75% e isso impacta, com certeza, na possibilidade de nós termos a presença do crédito nos processos econômicos.”

De acordo com Giovanni Beviláqua, coordenador de Acesso a Crédito e Investimentos do Sebrae, a taxa média repassada aos pequenos empreendedores é baseada na Selic e, por isso, a necessidade de uma redução mais acelerada. “Se o mercado está prevendo uma Selic de um dígito, em torno de 9% somente no final do ano, a taxa média de juros para os pequenos negócios também deve ser reduzida para cerca de 30% ao fim do ano. O valor ainda é muito elevado”, explica.

Para possibilitar um melhor cenário de acesso a crédito pelos pequenos negócios, o Sebrae e o governo federal estão empenhados em lançar, em breve, um programa que dará condições de garantia para alavancar R$ 30 bilhões em crédito para os empresários – o maior valor nos últimos 28 anos – o que tende a reduzir a taxa de juros para as linhas de crédito que usam essas garantias.

Situação econômica

Após o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2,9% em 2023, a expectativa é que o cenário econômico continue positivo para este ano. No dia 19 de março, o Banco Central publicou o boletim Focus, no qual escutou economistas sobre a expectativa para 2024. A mediana do mercado para o PIB de 2024 subiu de 1,78% para 1,8% e a inflação subiu de 3,77% para 3,79%.

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