Em 2023, o estado de São Paulo foi líder no cultivo de frutas no País, de acordo com dados levantados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA – APTA), órgão ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. No período analisado, a produção paulista foi de 14,5 milhões de toneladas. Vale destacar que o Brasil é o terceiro maior produtor do mundo neste segmento, ficando atrás somente da China e da Índia.
As culturas que colocam São Paulo como protagonista na fruticultura brasileira são a da laranja (10,6 milhões de toneladas), do limão (1,2 milhão de toneladas), da banana (1,12 milhão de toneladas), do abacate (192,16 mil toneladas), e do caqui (84,23 mil toneladas).
Para este ano, a estimativa do cultivo de fruras, em geral, no estado, não deverá superar o que foi obtido em 2023. Entretanto, algum setor, individualmente, poderá ter resultado acima do esperado. “O segmento das frutas é bastante amplo e possui comportamentos diferentes para cada cultura. No geral, não há sinais de grandes alterações na área de produção para 2024. Segundo dados divulgados pelo Hortifruti/Cepea, o abacate vem apresentando demanda crescente e possibilidade de aumento na produção”, destacou Marina Marangon, assessora técnica do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP).
Ainda segundo ela, as variações climáticas e o poder aquisitivo do produtor rural são alguns dos fatores determinantes para manter a produtividade no campo. “O clima continua sendo uma preocupação. O primeiro semestre ainda tem atuação do El Niño e resulta em temperaturas elevadas no Sudeste, que podem afetar a safra e a qualidade dos frutos. Além disso, os custos de produção, apesar de terem apresentado um arrefecimento em 2023, ainda se encontram em patamares elevados e restringem os investimentos por parte dos produtores”, destaca.
Do campo para o comércio sem fronteiras
A produção paulista de fruticultura não abastece apenas o mercado nacional; também possui participação significativa no comércio exterior. Só o setor citrícola exporta o equivalente a mais de US$ 2 bilhões por ano. São cerca de 9,6 mil propriedades, que geram 200 mil empregos no estado, aponta o relatório do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Para manter este cenário na cadeia produtiva de citros, o governo de São Paulo, por meio da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), lançou uma campanha para conscientização sobre a importância do combate ao Greening, praga que atinge plantações de laranja e de outros cítricos e que pode comprometer a produção paulista se não for contida.
Em outubro de 2023, a CDA criou um canal direto para que os produtores rurais possam denunciar casos de pomares abandonados ou mal manejados. A medida visa conter o avanço da doença. “Desde o lançamento do canal recebemos e já iniciamos o atendimento de 65 denúncias, onde já tivemos sucesso na erradicação de plantas doentes”, comenta Danilo Romão, engenheiro agrônomo e gerente do Programa Estadual de Pragas Quarentenárias Presentes.
Vale destacar que a produção da fruticultura paulista também está se tornando referência no cenário internacional. Prova disso é que São Paulo sediará, em abril, pela primeira vez, a Fruit Attraction 2024, considerada uma das principais feiras do setor no mundo.
A Secretaria de Agricultura participará ativamente do evento, com todo o corpo técnico para atender os visitantes. “Vamos mobilizar os pequenos produtores para que possamos engajá-los a participar deste grande marco. O Brasil é um país de grandes oportunidades e queremos mostrar isso aos produtores”, entafizou o secretário executivo Edson Fernandes.