Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), a partir de 12 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor (IPC/FGV) indicou que a ‘inflação das férias’, ou seja, os preços dos principais itens relacionados ao período de férias escolares, tiveram uma alta de 3,81%, em média, nos últimos 12 meses encerrados em julho de 2024. O IPC-10/FGV acumulou alta de 3,88% para o mesmo período.

O resultado foi influenciado principalmente pelo aumento em itens do grupo de alimentação fora do domicílio. Ao excluirmos esses itens da cesta, a inflação de férias seria de cerca de 2,7%, significativamente menor do que os 3,81% registrados. No mesmo período do ano anterior, essa mesma cesta acumulava 5,66% de aumento em 12 meses, enquanto a inflação geral era de 2,22%.

Matheus Dias, economista do FGV IBRE, destaca que o custo de aproveitar o período das férias comendo fora subiu em relação ao mesmo período do ano passado. Isso se reflete no aumento dos preços do açaí (7,93%), doces e salgados (5,65%) e refeições em restaurantes (4,22%). Entretenimento e lazer também ficaram mais caros, com teatros e cinemas subindo 5,65% e 4,68%, respectivamente.

Segundo o economista, os números da cesta de férias são consequência da maior resistência dos serviços ao processo de desinflação em curso na economia brasileira. “Os serviços de alimentação na cesta, como bares, restaurantes e lanches, tiveram a maior contribuição para a inflação de férias. Esses itens estão ligados não apenas à pressão pelo lado da demanda que ocorre desde o pós-pandemia, mas também pelo lado da oferta com aumentos nos preços dos alimentos e pressão do câmbio. Os comércios acabam repassando o aumento de custos dos insumos para o consumidor final como forma de manutenção das margens”, completa.

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