Nos dias 11 e 12 de setembro, será realizado em São Paulo o 15º Smart Grid Forum (ou Fórum Latino-Americano de Smart Grid). O evento debaterá temas como a inserção eficiente da geração distribuída na rede elétrica, a complexidade da gestão de diferentes fontes de energia renováveis e outros recursos distribuídos de energia, como veículos elétricos e sistemas de armazenamento.
Além disso, tratará da adoção de um sistema inteligente de rede elétrica (smart grid) que garanta um modelo tarifário mais justo socialmente, a integração entre edifícios e casas inteligentes com a rede de distribuição e o uso estratégico de inteligência artificial generativa no setor elétrico.
“Muito se fala em transição energética para fontes renováveis, como a solar e a eólica, mas a estrutura da atual rede de distribuição não está preparada para utilizar eficientemente essa energia, cuja geração sofre picos e vales, oscilando diariamente”, observa o engenheiro Cyro Vicente Boccuzzi, engenheiro, organizador do evento.
Ele acrescenta que a rede de distribuição nacional foi construída para trabalhar com o modelo previsível de geração a partir de fontes controláveis, a exemplo das hidroelétricas e termoelétricas, mas o cenário mudou completamente. “A geração distribuída a partir de fontes renováveis está em franco crescimento, e a nossa rede não está preparada para a gestão otimizada desse modelo, de injeção de fluxos variáveis de energia”, alerta.
Segungo Boccuzzi, sem a necessária modernização das redes de transmissão e distribuição elétrica, que passa pela utilização intensiva de sensores (IoT) e sistemas inteligentes de comunicação de dados, e a incorporação de outros recursos distribuídos como armazenamento de energia, é muito provável que o Brasil sofra com uma maior frequência de interrupções no fornecimento de energia por desequilíbrios ou descompassos entre a geração disponível e a carga na rede.
“Não se descarta a ocorrência de desligamentos indesejados, não por falta ou falhas na geração de energia, mas por fortes oscilações na rede devido, em particular, a inexistência de sistemas de controle e sensoriamento avançados e inteligentes, que possam detectar e endereçar rapidamente excessos de produção, sobrecargas e, consequentemente, evitar desligamentos em sequência”, aponta. “Estudos apontam que eventos climáticos extremos devem se intensificar, o que pode também provocar interrupções do fornecimento, mas a rede inteligente tem capacidade de reagir rapidamente para minimizar danos e restabelecer o fornecimento.”
Presenças no evento
A 15ª edição do Smart Grid Forum contará com a presença de Alexandre Silveira, ministro das Minas e Energia e presidentes, diretores e representantes de agências reguladoras e órgãos do setor, como Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e de distribuidoras (por exemplo, CPFL, ENEL CEMIG, EDP, CELESC e COPEL).
Também participarão do evento, lideranças empresariais, pofissionais do setor, pesquisadores e especialistas internacionais como Luciano Martini, profissional italiano que preside o conselho da International Smart Grid Action Network (ISGAN) e da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês); Reji Kumar, presidente da Índia Smart Grid Forum e presidente do conselho do Global Smart Energy Federation, e Ravi Seethapathy, embaixador para as Américas na Global Smart Energy Federation.
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15º Smart Grid Forum
Data: 11 e 12 de setembro
Local: Centro de Convenções Frei Caneca (Rua Frei Caneca, 569, São Paulo – SP)
Crédito da foto em destaque: DepositPhotos