A Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Centro de Carbono da Universidade de São Paulo (CCARBON/USP) assinaram acordo de cooperação visando o aprimoramento da quantificação do impacto das ações de adaptação e mitigação na agricultura.

O foco da parceria é o desenvolvimento de estratégias e métricas de sustentabilidade e de adaptação dos sistemas produtivos agropecuários brasileiros aos impactos da mudança climática. Foca também no desenvolvimento de métricas de balanço de carbono e rastreabilidade de emissões para a melhoria contínua das políticas públicas no tema, incluindo o Inventário Nacional de Gases, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Além disso, a parceria contribuirá estrategicamente para subsidiar o desenvolvimento de uma taxonomia nacional da sustentabilidade, política pública liderada pelo Ministério da Fazenda.

“A criação de métricas robustas para a sustentabilidade e para o balanço de carbono é essencial para avaliar o impacto da mudança climática sobre a agricultura e também das práticas agropecuárias sobre as emissões de gases de efeito estufa. A cooperação firmada cria sinergia para o desenvolvimento de métodos adaptados às condições específicas dos sistemas produtivos brasileiros e para a formulação de políticas públicas no tema”, destacou Silvia Massruhá, presidente da Embrapa.

Entre os benefícios esperados estão os impactos econômico e ambiental, pois a promoção da sustentabilidade e o controle de emissões aumentam a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional, além de contribuir para a conservação ambiental. O acordo também terá o potencial de ampliar a geração de resultados de pesquisa sobre o tema entre as três instituições.

Para Guilherme Bastos, da FGV Agro, a aliança técnico-científica é uma oportunidade de instituições de peso construírem uma metodologia única de cálculo de carbono. “Está cada vez mais claro que para esses temas de sustentabilidade, precisamos de coordenação. Uma só instituição não consegue abraçar o mundo. Esperamos que essa plataforma que vamos construir se consolide através desta aliança”, afirmou.

Carlos Eduardo Cerri, da USP, ressaltou os níveis elevados de sustentabilidade da agricultura brasileira, que produz cada vez mais alimentos, fibras e energia para atender à uma demanda crescente da população mundial. “Portanto, é uma necessidade urgente contribuir para que o país possa, com esta aliança, gerar informações relevantes para a tomada de decisões”, enfatizou.

“A agricultura é particularmente dependente do clima e, portanto, vulnerável aos impactos da mudança climática. O desenvolvimento de métricas visando o monitoramento da vulnerabilidade e adaptação dos sistemas agrícolas brasileiros colabora para o aprimoramento de políticas públicas promotoras de sustentabilidade no setor, para o qual o Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um exemplo de sucesso”, completou Giampaolo Pellegrino, presidente do Comitê permanente da plataforma corporativa sobre dinâmica de carbono, gases de efeito estufa e adaptação na agricultura e pesquisador da Embrapa Agricultura Digital.

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