A Fundação Getulio Vargas (FGV) lançará, no dia 2 de setembro, o FGV Clima, novo centro de pesquisa aplicada da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), cujo objetivo é aprofundar a contribuição dos economistas para enfrentar a crise climática.
Clarissa Gandour, coordenadora científica e cofundadora da iniciativa, avalia que, apesar do tema mudança climática estar em alta, com repercussão em diversos setores da sociedade, ainda há um vácuo importante nos debates sobre economia do clima.
Ela destaca que o centro tem um escopo bem definido, além de métodos e linguagem direcionados, para levar o assunto ao centro da discussão. “Queremos levar a expertise técnica dos profissionais de economia para fortalecer a ação climática brasileira e impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do país. Acreditamos que a economia pode fazer muito mais para contribuir com esse esforço coletivo.”
Ainda segundo a pesquisadora, a economia é uma disciplina muito abrangente e suas diferentes áreas podem contribuir de variadas formas para a agenda do clima. “A crise climática levanta questões relevantes sobre política fiscal, finanças, saúde, emprego, dentre tantos outros temas. Por isso, precisamos contar com colegas das áreas de macroeconomia, finanças, microeconomia, enfim, de todas as áreas das ciências econômicas.”
Em comunicado, a FGV explicou que, além da produção de conhecimento técnico, o FGV Clima vai promover a comunicação ampla, efetiva e acessível do conhecimento com stakeholders estratégicos como órgãos do governo, empresas, instituições de pesquisa e sociedade civil.
Parceria com Governo Federal
Em seu primeiro projeto, o centro de pesquisa estabeleceu uma parceria com o Governo Federal para fornecer apoio técnico na elaboração do Plano Nacional de Transição Energética. Como parceiro estratégico da Secretaria Nacional de Transição Energética, apoiará o Ministério de Minas e Energia (MME) no desenho de uma transição energética efetiva e socialmente justa.
De acordo com Amanda Schutze, coordenadora executiva e cofundadora do FGV Clima,o Brasil tem uma oportunidade única de liderar a transição energética global, ao aproveitar seus recursos naturais abundantes para impulsionar um crescimento verde, que não apenas protege o clima, mas também gera desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social.
“A economia pode ser uma poderosa aliada na transição energética justa, ao promover políticas públicas e incentivos que garantam que os benefícios da transição sejam compartilhados por toda a sociedade, especialmente pelos mais vulneráveis, criando um futuro mais equitativo e sustentável para o país”, ela finaliza.