O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o governo do Ceará assinaram o contrato da iniciativa Sertão Vivo, no valor de R$ 251,6 milhões. A medida visa melhorar o acesso à água na produção rural e implantar Sistemas Produtivos Resilientes ao Clima em 72 municípios cearenses com incidência de vulnerabilidade social, climática, hídrica ou alimentar.
A estimativa é de que 63 mil famílias de agricultores familiares (cerca de 250 mil pessoas) dessas localidades sejam beneficiadas com a iniciativa. O Sertão Vivo é uma parceria do BNDES com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Organização das Nações Unidas (ONU), para projetos no semiárido nordestino. No total, serão destinados R$ 1,8 bilhão para municípios de todos os estados do Nordeste, beneficiando cerca de 2 mil pessoas. .
Os recursos para o projeto são compostos de uma parcela de recursos reembolsáveis (financiamento) e outra não reembolsável (sem pagamento). No Ceará, do total aprovado, R$ 212 milhões são em forma de financiamento ao Estado, e os R$ 39,6 milhões restantes não precisão ser pagos. Os recursos permitirão implantar sistemas de produção aderentes ao clima – como quintais produtivos e sistemas agroflorestais com espécies nativas da caatinga, adaptadas ao semiárido – e construir reservatórios de água para uso na lavoura, como cisternas-calçadão, barreiros trincheira e barragens subterrâneas.
“Esse é um momento superimportante, em que assinamos o contrato do Sertão Vivo com o Ceará, o primeiro dos nove estados do Nordeste a assinar um contrato. São R$ 250 milhões, chegando a 250 mil pessoas no rural cearense. Um projeto que vai ser referência também para o mundo, gerando resiliência climática, aumentando a produção de alimentos, enfrentando a pobreza, enfrentando a crise climática”, afirmou Tereza Campello, diretora Socioambiental do BNDES.
As ações estão alinhadas às diretrizes do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 do estado do Ceará e ao seu planejamento de longo prazo (Ceará 2050), que, em seus eixos e programas, enfatizam a redução da pobreza rural, o acesso à água, a elevação do padrão de vida dos agricultores familiares, a inclusão socioeconômica e a sustentabilidade ambiental.