Em junho de 2023, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou o programa Amazônia Sempre, com o objetivo de ampliar o financiamento, compartilhar conhecimento estratégico para os tomadores de decisões e aumentar a coordenação regional para acelerar o desenvolvimento sustentável, inclusivo e resiliente da região amazônica.
A iniciativa, de lá para cá, já conta com uma carteira de US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão em fase de execução. Dois terços são de ações no Brasil, como a para estruturar o pagamento por serviços ambientais no Estado do Pará.
Do total de projetos, 27 têm alcance regional (e são praticamente todos de cooperação técnica). Há expectativa que o volume de recursos do Amazônia Sempre receba um incremento de US$ 460 milhões, a partir de uma operação com a Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional.
Ações brasileiras
No dia 8 de março, um encontro realizado dentro da programação da Reunião Anual da Assembleia de Governadores do BID, que aconteceu em Punta Cana, na República Dominicana, discutiu as medidas que já foram adotadas desde a criação da iniciativa e os próximos projetos para 2024.
Durante a sua participação, Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento do Brasil destacou que no ano passado, primeiro ano do novo governo Lula, houve uma redução de 50% do desmatamento na Amazônia brasileira. Ela ainda citou as medidas que levaram a essa redução, principalmente o fortalecimento das ações de comando e controle, com aumento de 106% dos autos de infração.
A ministra apontou que na área econômica também há avanços, citando como exemplo o lançamento com o BID, na primeira semana de março, de um programa para mobilização de capital estrangeiro e hedge cambial no âmbito do programa de transição ecológica.
“No ano passado fizemos nossa primeira, e bem-sucedida, emissão de bônus verdes, entre tantas iniciativas. Mas nós temos que ir além e trabalhar para proporcionar condições de vida dignas para os 50 milhões de habitantes da região, que vivem principalmente nos centros urbanos”, afirmou Tebet.
Ela lembrou que as cidades amazônicas têm uma grande demanda por investimentos em infraestrutura sustentável e resiliente. “Essa é uma das prioridades do Brasil no G20. O desenvolvimento sustentável só é possível se abarcado em seus três pilares: econômico, social e ambiental”, reforçou.
Amazônia Sempre
Sobre o Amazônia Sempre a ministra enfatizou que o programa é uma oportunidade para conjugar esforços, trocar conhecimento e integrar ações para otimizar recursos e aumentar a efetividade e o impacto na região.
E um tema que levantou foi o projeto das Rotas de Integração. Ela pontuou que o objetivo das 5 rotas é integrar os países do continente “que muitas vezes parecem estar de costas uns para os outros”. Dessas 5 rotas, 3 passam pela Amazônia, e por isso Tebet afirmou que é importante que elas recebam o apoio necessário do Amazônia Sempre.