Por Embrapa Pecuária Sul

A Embrapa Pecuária Sul está iniciando um projeto que visa a recuperação e conservação dos solos em terras de agricultura familiar. A ação pretende abranger cerca de 300 famílias assentadas da reforma agrária nos municípios de Candiota, Hulha Negra e Aceguá, na região da Campanha, no Rio Grande do Sul. A iniciativa está sendo viabilizada com recursos do Ministério de Integração e do Desenvolvimento Regional e conta com o apoio da Cooperativa de Produção e Trabalho (Coptil).

Projeto para a agricultura familiar

O projeto será desenvolvido a partir de uma metodologia de construção coletiva do conhecimento, com o envolvimento de todos os atores buscando soluções que aliem a produção com a conservação dos recursos naturais. Segundo o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Leandro Volk, uma das ações será a instalação de cinco Unidade de Aprendizado Coletivo (UACs), locais para experimentações, validação de técnicas e metodologias, e construção de alternativas. “Nas UACs queremos também trazer os conhecimentos dos próprios produtores, que muitas vezes utilizam práticas e manejos que merecem ser replicadas”, destacou.

Uma das primeiras ações será a realização de um diagnóstico da ocupação e uso da terra em toda a área envolvida no projeto, que conta com muitas unidades de produção de leite, mas também de lavouras e outras atividades. Por meio de sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento será feita uma retrospectiva histórica do uso da terra na área de abrangência da Coptil e também o monitoramento da situação atual. “A caracterização e o monitoramento do uso e ocupação da terra servirá como um indicativo das práticas adotadas pelas famílias bem como dos resultados das ações implementadas no projeto”, explica o pesquisador José Pedro Trindade.

Para o desenvolvimento das ações foram contratados quatro técnicos, selecionados entre as famílias assentadas e assistidas pela Coptil. Esses profissionais serão responsáveis pela replicação das práticas conservacionistas que serão aplicadas nas UACs. “A ideia é que as propriedades que serão assistidas por esses técnicos reservem uma área de 2 hectares onde serão propostas melhorias no manejo e práticas sustentáveis que garantam a produção e a conservação do solo”, ressalta Volk.

De acordo com os pesquisadores, as UACs serão utilizadas para a promoção de práticas conservacionistas em relação ao solo, tanto em áreas de pastagens, como em lavouras. Entre as práticas que serão aplicadas está o plantio direto de espécies forrageiras para alimentação animal ou para cobertura de solo. Também serão utilizados bioinsumos e insumos alternativos para melhorar a fertilidade dos solos e as características físico-químicas. “As UACs vão funcionar como espaços de formação continuada dos produtores da região, bem como de técnicos que atuam diretamente com as famílias, sempre visando melhorar a produção em conjunto com a conservação dos recursos naturais”, enfatiza Trindade.

 

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