O governo federal e o setor privado anunciam investimentos da ordem de R$ 1,6 trilhão em projetos ligados à Missão 3 Nova Indústria Brasil (NIB), previstos até 2029. Lançada em janeiro deste ano, a NIB é uma política industrial que visa impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, baseada em elementos como sustentabilidade e inovação.
Do volume total investido, 75% serão provenientes da iniciativa privada. O objetivo da Missão 3 é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico.
“Esse volume expressivo de investimentos demonstra o acerto do foco da Nova Indústria Brasil que, neste caso, fortalecerá a infraestrutura e a mobilidade no país, trazendo bem-estar para os cidadãos ao mesmo tempo que incentiva uma indústria inovadora”, afirma o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. “A parceria entre setor público e privado é essencial para transformar nossas cidades, com projetos que trazem desenvolvimento econômico e qualidade de vida para milhões de brasileiros”, prossegue.
Linhas de crédito
Dos recursos públicos para a Missão 3, R$ 113,7 bilhões vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), sendo R$ 48,6 bi já destinados a projetos afins (desde 2023) e outros R$ 65,1 bi disponíveis até 2026. Criado para servir como ferramenta perene de financiamento à NIB, o Plano Mais Produção conta agora com o reforço da Caixa Econômica Federal, que aportou R$ 63 bilhões. Com isso, subiu para R$ 405,7 bi o total de recursos em projetos que se relacionem às seis missões da NIB.
As demais instituições do Plano Mais Produção são BNDES, Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii. Também entram na conta dos recursos públicos para a Missão 3 outros R$ 492,4 bilhões da Caixa, do BNB e do BNDES destinados a obras do PAC e do programa Minha Casa Minha Vida, cujos investimentos alavancam as atividades industriais ligadas a esta missão.
Investimentos privados
A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) investirá R$ 833 bilhões no país. Já a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) aportará outros R$ 222,5 bilhões e, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, R$ 1,6 bilhão, totalizando R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029. A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros.
Baterias elétricas
Também entre os anúncios da iniciativa privada, a WEG, empresa brasileira de alta tecnologia, informou que dará início a um ciclo de investimentos para produzir baterias elétricas em larga escala no Brasil, com aporte inicial de R$ 1,8 bilhão. Assim, a WEG soma-se a outras empresas que já operam no país com essa perspectiva, como a BorgWarner, que desenvolve baterias para ônibus elétricos em sua unidade de Piracicaba (SP).
Como lembra o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, o Brasil tem grandes reserva de lítio e outros minerais usados na fabricação de baterias elétricas, mas a quase totalidade da extração desses minérios hoje é exportada para a produção do componente fora do país. “Nosso objetivo é mudar isso. Até porque baterias fabricadas aqui, com nossas fontes de energia renováveis, serão muito mais sustentáveis do que as produzidas em países que ainda usam o carvão em larga escala como matriz energética”, destaca Uallace.
Metas
O desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias está entre as prioridades da Missão 3. A meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é, até 2026, ter ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais. E, em 2033, chegar a 33%.
Outro objetivo é entregar, até 2026, dois milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), das quais 500 mil serão equipadas com painéis solares. E, até 2033, 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com painéis fotovoltaicos. Entre as prioridades, estão, ainda, o desenvolvimento das cadeias metroferroviárias, com seus componentes, e dos sistemas de propulsão para veículos automotores.