A Petrobras concluiu uma sequência de testes em escala industrial para produzir uma corrente de Hidrocarbonetos Leves de Refinaria (HLR), rica em eteno, com conteúdo renovável. O projeto, em parceria com a Braskem, desenvolveu, ao longo dos últimos doze meses, uma potencial matéria-prima renovável para a indústria química.

A matéria-prima usada nos testes foi o etanol, obtido a partir de cana-de-açúcar, coprocessado na Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC) da Recap, gerando HLR com conteúdo renovável, que irá contribuir para a redução da intensidade de carbono, em comparação ao produto de origem 100% mineral.

Os resultados positivos foram obtidos na Refinaria de Capuava (Recap), em Mauá (SP). No escopo do acordo, firmado entre as duas empresas, o objetivo é identificar soluções tecnológicas para ampliar a sustentabilidade de seus portfólios, com foco nas áreas de economia circular e matérias-primas renováveis.

A Petrobras pontua que a produção bem-sucedida de HLR com conteúdo renovável abre novas oportunidades de negócios e fortalece a sua posição na busca por soluções sustentáveis. A companhia está preparando suas refinarias para atender à crescente demanda por combustíveis e produtos químicos de baixo carbono, alinhando-se às expectativas do mercado e contribuindo para um futuro mais verde.

A iniciativa integra o Programa BioRefino, que prevê o desenvolvimento de combustíveis e produtos mais sustentáveis e eficientes, com menores emissões de gases de efeito estufa. William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, explica que o teste está alinhado à visão da companhia em criar um parque de refino adaptado a uma economia de baixo carbono. “A Petrobras está preparando as refinarias para assumirem um papel relevante em direção à transição energética, com investimentos em eficiência no consumo de energia e na redução da pegada de carbono das operações e dos produtos”, afirma.

Viabilidade operacional

Com a tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), foi demonstrada a viabilidade técnica do coprocessamento do etanol em escala industrial na Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido de Resíduo (URFCC), sem alteração nos demais produtos da refinaria.

O produto do teste foi enviado à Braskem e o hidrocarboneto com conteúdo renovável foi processado com sucesso na unidade industrial de Santo André (SP). Tais iniciativas estão de acordo com as cláusulas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De acordo com Renata Baruzzi, diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, os estudos realizados no Cenpes contribuem com a criação das refinarias do futuro. “Teremos um parque industrial capaz de receber tanto petróleo quanto óleo vegetal ou etanol, para produzir combustível fóssil ou renovável”, ressalta.

Antonio Queiroz, vice-presidente de Inovação, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável da Braskem, explica que a parceria com a Petrobras é mais um avanço no compromisso de implementar uma economia circular de carbono neutro: “A busca por matérias-primas de fontes renováveis desempenha um papel fundamental na construção de um futuro mais sustentável e tem sido um importante objetivo da Braskem”.

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