Uma pesquisa conduzida pelo programa de Pós-graduação em Ciências da Universidade de Franca (UNIFRAN), de São Paulo, constatou que o uso de nanopartículas poliméricas na agricultura pode estimular consideravelmente a absorção de nutrientes do solo para os alimentos. Na prática, isso significa que a utilização dessas nanopartículas corrobora para um maior crescimento das raízes dos alimentos cultivados, o que gera um melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos pelo solo e, consequentemente, alimentos com valores nutricionais maiores.

No estudo, coordenado pelo professor Eduardo Ferreira Molina, em colaboração com pesquisadores do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP Piracicaba), foram utilizados materiais poliméricos biocompatíveis de morfologia esférica, com o intuito de observar a sua eficiência na germinação de sementes de pepino.

E o que se observou foi que as sementes tratadas com nanotecnologia tiveram um maior crescimento da raiz e do caule em comparação com os grãos cultivados de maneira tradicional. Isso fará que o alimento possua um valor nutricional maior que os não tratados com nanopartículas.

“Uma das grandes vantagens das formulações poliméricas é a sua síntese que utiliza água como único solvente, sem necessidade de uso de catalizadores durante o preparo. Além disso, a incorporação de um nutriente à base de ferro (Fe2+) nas formulações poliméricas, levou a uma melhora na distribuição desta espécie ao longo dos compartimentos celulares das sementes (como embrião e cotilédone), promovendo uma maior eficiência no processo de germinação”, afirma Molina.

O teste indica que ao usar apenas o nutriente da semente em solução, o resultado não é tão eficiente comparado ao uso das nanopartículas, isso porque a nanopartícula entra mais facilmente e é melhor absorvida pela semente nos comportamentos celulares. “Isso dá uma eficiência melhor na hora do crescimento da raiz, do caule, na parte das folhas, na questão nutricional, entre outros, ou seja, a nanopartícula aproveita muito mais o nutriente da raiz”, complementa o pesquisador.

Os pesquisadores pontuam que, além da contribuição para o avanço da agricultura sustentável, os resultados das pesquisas trazem perspectivas positivas para a saúde do solo, do meio ambiente e do ser humano. Com o crescimento populacional, a alimentação é um dos principais pilares de preocupação de autoridades públicas, seja pelo aumento do consumo de ultraprocessados ou pela insegurança alimentar, que chegou a atingir cerca de 70 milhões de brasileiros entre 2020 e 2022, de acordo com dados do relatório global do Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo.

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