A importância da agenda ESG nas empresas está crescendo, impulsionada por práticas positivas nas áreas ambiental, social e de governança. Isso não apenas promove o crescimento saudável dos negócios, mas também demonstra um compromisso com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O estudo “Tendências de RH 2023” da consultoria Korn Ferry revela que 67% das empresas no Brasil adotaram o ESG como pilar estratégico, enquanto 33% ainda não o fizeram. Além disso, 75% planejam adotar práticas ESG nos próximos 12 a 18 meses, e 25% não têm essa intenção.

Rodrigo Accarini, sócio e líder de soluções digitais da Korn Ferry Brasil, destaca que após a pandemia as relações de trabalho e negócios se tornaram mais significativas, aumentando o engajamento com a agenda ESG. “As relações trabalhistas, pessoais e de negócios se tornaram ainda mais expressivas e relevantes após a pandemia, mesmo que haja agenda consciente nas pautas ambientais, sociais e de governanças há muitos anos, há um maior engajamento agora. Vamos lembrar que a adoção dessas políticas, com maior transparência, gera confiança para investidores, fortalece as comunidades locais, faz inclusão de grupos vulneráveis e cria laços de responsabilidade com a sustentabilidade brasileira e mundial”, conta.

O estudo da consultoria identifica as prioridades ESG, incluindo a redução de emissões, uso eficiente de recursos, energias renováveis, investimento em projetos filantrópicos e políticas de recursos humanos alinhadas aos valores da empresa. Apesar da adesão favorável, 54% da companhias ainda não estabeleceram metas para suas estratégias ESG.

Joana Cortez, diretora de projetos de Transformação e Cultura da Korn Ferry, destaca o desafio de incorporar as metas ESG na cultura organizacional, envolvendo liderança e colaboradores: “As corporações devem lembrar que não basta entender os conceitos, formas de aplicabilidade e os resultados que essas políticas podem agregar aos negócios, mas incorporar isso na cultura organizacional constantemente, porque isso tem que ser tido como meta também. Envolver desde a liderança até os colaboradores de ponta, de maneira que seja natural e passe a modificar vidas pessoais, até mesmo fora do cenário corporativo, será uma grande conquista e solução quando se pautar os propósitos da agenda”.

O estudo também mostra que CEOs e executivos têm a maior responsabilidade na implementação das políticas, e as metas ESG influenciam os bônus, variando de 10% a mais de 30%. Além disso, aborda a estrutura organizacional das empresas em relação ao ESG, revelando que 74% possuem conselho de administração, 52% têm comitês relacionados à agenda e 86% têm um comitê responsável pela governança e monitoramento das metas ESG.

O estudo da Korn Ferry foi realizado entre junho e julho de 2023, com tabulação e análises realizadas no fim do ano. Contou com a participação de 652 companhias de países da América Latina (Argentina – 125 participantes, Brasil – 265 participantes, Chile – 117 participantes, Colômbia – 78 participantes e Peru – 67 participantes).

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